quarta-feira, 30 de junho de 2010

Contribuição da Profa. Dra. Léa Masina

"Os sofrimentos do jovem Werther"
OS PERSONAGENS

No começo do romance, sabemos que Werther está feliz fora de casa. Ele lembra de um caso amoroso mal resolvido e depois fala sobre os negócios de sua família. Em suas cartas iniciais a Wilheim, alguém próximo de sua família, ele vai relatando esses dias tranquilos, seus passeios por uma natureza feita sob medida para seu coração contemplativo. Também descreve a sociedade do lugar: as pessoas simples do povo, depois o erudito, que ele trata com algum desdém, e o baile do príncipe com seus nove filhos (um deles, a jovem Charlotte, será justamente a paixão de Werther).

Esse idilio com a natureza parece se espalhar - mesmo que com tintas melancólicas - pelas cartas iniciais do romance. E ele ainda está presente quando Werther conhece Lotte, naquele que ele chama de "o mais encantador espetáculo de toda a minha vida" : cercada de seis crianças, "uma linda jovem de altura mediana, que trajava um simples vestido branco, com laços de fita cor-de-rosa nos braços e no peito". Apartir daí, o leitor acompanha todo o desenrolar desse amor, até seu desenlace trágico, por meio desse registro da subjetividade que é a carta". (IN: Clássicos Abril, 2010)
Vale recordar: o próximo "Porque hoje é sábado" será no dia 17 de julho!

sábado, 26 de junho de 2010

"Os sofrimentos do jovem Werther"

O próximo "Porque hoje é sábado" será em 17 de julho, sobre o livro "Os sofrimentos do jovem Werther", de Goethe, com palestra de Prof. Dr Gerson Neumann . Acompanhe o blog para conhecer aspectos relevantes sobre a obra, o contexto histórico e cultural em que está inserida, e o autor.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mensagem de Léa Masina

Queridos amigos

Escrevo para insistir com os leitores que estiverem em dúvida: venham assistir ao encontro de sábado com o Ricardo Barberena, sobre "O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde. É imperdível! E mesmo quem não veio antes, não há problema, pois não há continuidade. Basta dizer que virão .É das 10 às 12 no salão de festas do meu prédio (Marquês do Herval 315).

Um abraço a todos,


Léa

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Contribuição da Profa. Dra. Léa Masina

Queridos leitores de "O Retrato de Dorian Gray":

Não faltem, nosso encontro será fantástico, no dia 26 de junho. Enquanto isso, só para fazer clima, leiam o fragmento abaixo:


"A história de Dorian Gray, que se mantém jovem e belo enquanto seu retrato envelhece, é uma magistral discussão sobre a arte, a vida e a moral. A narrativa de Oscar Wilde, que chocou a sociedade inglesa do final do século XIX, preserva, nos dias atuais, toda a sua força crítica"

Um abraço a todos.

Léa Masina

terça-feira, 15 de junho de 2010

Traduções de 'O retrato de Dorian Gray"- Peculiaridades

Algumas peculiaridades sobre as traduções de “O retrato de Dorian Gray” no Brasil merecem destaque. Interessante ressaltar, por exemplo, o papel do Jornalista e escritor João do Rio (João Paulo Emílio Cristovão dos Santos Coelho Barreto) na difusão da obra de Wilde em nosso país. Em 1903, descobre Oscar Wilde. Deslumbrado, encomenda, em seguida, suas obras ao livreiro Crashley. As obras eram condenadas na ocasião, portanto raras- e de alto valor. João do Rio traduziu e difundiu o trabalho de Oscar Wilde no Brasil: Salomé; Intenção, O Retrato de Dorian Gray e O Leque de Lady Windermese. Foi um dos primeiros escritores brasileiros a publicar artigos sobre Wilde, no número de abril de 1905 na revista A Renascença, sob o título Breviário do Artificialismo.
Sobre o jornalista, escritor e primeiro tradutor de Oscar Wilde, João do Rio, refere-se que nasceu no Rio de Janeiro em agosto de 1881. Iniciou sua atividade no jornalismo aos 16 anos e, aos 18, chegou à redação do jornal Cidade do Rio. Na década de 1920, fundou 'A Pátria e o vespertino Rio Jornal'. Em 1908, escreveu 'A alma encantadora das ruas', uma de suas obras mais celebradas. Em 1910, entrou para a Academia Brasileira de Letras. João do Rio faleceu aos 39 anos, em junho de 1921.
Outro aspecto interessante sobre as traduções de “O retrato de Dorian Gray” no Brasil refere-se à adaptação feita por Clarice Lispector. Em 1973, a escritora perde a coluna em que escrevia no “Jornal do Brasil” desde 1967 (fonte: http://www.releituras.com/clispector_bio.asp), e passa a trabalhar como tradutora para compensar a perda do espaço. Em 1974, traduz “O Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, adaptado para o público juvenil, entre outras obras. A tradução de Clarice foi publicada pela Ediouro (RJ), e está incluída na coleção de Clássicos Adaptados da editora, sob assunto “Literatura Juvenil”.
A salientar, ainda, outra peculiaridade sobre as traduções de “O retrato de Dorian Gray”: a tradução da primeira versão escrita pelo autor. Oscar Wilde publicou a obra inicialmente no periódico norte-americano Lippincott’s Monthly Magazine, em 20 de junho de 1890, versão que foi publicada no Brasil pela Editora Landmark, em 2009, em edição bilíngüe. Nesta, são apresentados os 13 capítulos originais publicados pela revista norte-americana, sem as alterações posteriores de 1891, que a editora Inglesa Ward, Lock and Company exigiu para lançá-lo no mercado britânico em versão mais “amena”, com a trama suave e a relação de Gray com os demais personagens mais moderada em relação à primeira, conforme divulgação da Editora Landmark. De acordo com a mesma divulgação, também, a tradução da primeira publicação, de 1890, resgata a obra em sua forma original e oferece ao público a versão mais densa, explícita e polêmica do romance de Wilde. A tradução pela Ed. Landmark foi realizada por Marcella Furtado.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Fragmentos

"Eu irei ficando velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o contrário ! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse !... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!" .

Oscar Wilde
Oscar Wilde, nascido na Irlanda em 1859, cresceu em ambiente intelectual e estudou em Oxford, onde se deparou com a corrente da arte pela arte e tornou-se um dos principais expoentes do movimento artístico do Esteticismo. Famoso pelo seu cinismo e arrogância, há rumores que Retrato de Dorian Gray tenha sido a sua própria biografia. O autor possui um acervo de obras rico e extenso em contos, ensaios, peças de teatro e romance. Wilde casou e teve dois filhos, mas os boatos a respeito de sua conduta sexual se concretizaram quando Wilde foi condenado e preso por “conduta imoral”. A partir do escândalo, suas peças de teatro foram suspensas e seus livros recolhidos. Quando saiu da prisão, Oscar Wilde se auto-exilou em Paris, onde morreu em 30 de novembro de 1900 na mais absoluta decadência e solidão.

Sobre "O retrato de Dorian Gray"

É uma história que questiona a beleza, a juventude, os valores morais. Pelos seus diálogos percebemos questionamentos sobre a vida e nossa atuação nela. Dorian Gray era um jovem de 20 anos pertencente à alta burguesia inglesa, de uma beleza física inimaginável, e foi retratado pelo pintor Basil Hallward, que se apaixonou pelo rapaz. Lorde Wotton era um homem extremamente inteligente, perspicaz, irônico e com grande vivência nos relacionamentos humanos, capaz de exercer forte influência sobre as demais pessoas. Este era amigo de Basil e tornou-se muito próximo de Dorian, passando a instigá-lo e a estudá-lo em suas reações e atitudes. Quando Dorian Gray deparou-se com a obra pronta (seu retrato) disse com os olhos cravados na sua efígie. – Eu irei ficando velho, feio horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... se fosse o contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar a troca. Daria até a alma!. A partir daí, temos o desenrolar da história. Dorian apaixona-se por uma jovem artista, Sibyl Vane, que se apresentava num pequeno teatro. Então lhe fala em casamento. A moça, muito humilde, fica lisonjeada. Sua mãe e irmão, que estaria ingressando na Marinha, ficam preocupados. Dorian convida seus dois amigos, Basil e Lorde Wotton, para assistir a uma das apresentações da moça. Nessa noite, a moça representa muito mal. Dorian fica consternado. Seus amigos vão embora dando-lhe palavras de estímulo, enaltecendo a beleza da moça. Dorian vai até o camarim. Sibyl está feliz, e diz-lhe que, de agora em diante só viverá para o amor de Dorian. Toda a energia vital de Sibyl estava dirigida ao representar; assim que se apaixonou, sua energia foi dirigida para o objeto amado e apresentou-se como uma artista medíocre. Isto levou Dorian a desapaixonar-se. Então, ele a humilhou e desprezou. Virou lhe as costas para nunca mais voltar. Ao chegar a casa, Dorian, dirigiu-se a seu quarto e, ao olhar seu retrato, quase ensandeceu, ao perceber que o quadro havia se alterado. Seu sorriso não era mais o mesmo. Caracteriza-se pelo cinismo e maldade. Refletiu e percebeu que o quadro refletia sua alma. Portanto deveria desculpar-se com Sibyl, assim o quadro voltaria ao normal. Entretanto, era tarde demais, Sibyl havia cometido suicídio. A partir de então, Dorian passou a viver tudo que lhe era ou não permitido. Passou a ter uma conduta fria e interesseira com todos à sua volta. Induziu pessoas a atos vulgares e criminosos, sempre impune. Assassinou seu amigo Basil, à facadas, quando este descobre o que está acontecendo. Leva outro amigo, um químico, ao suicídio após induzi-lo a desfazer-se do cadáver de Basil. Apenas o quadro se alterava, transformando-se numa figura monstruosa sendo que das mãos da imagem gotejava sangue. Dorian já contava com 40 anos, quando pensou em curar sua alma. Pensou em levar uma vida pura, sem magoar quem quer que fosse. E por isso não se aproveitou de uma camponesa. Ele se dá conta de que sua soberba o levou a esta vida de pecados. Amaldiçoou sua beleza e mocidade e pensou que sem elas sua vida seria pura. O que mais lhe doía era a morte, em vida, da sua alma. Dorian havia escondido o quadro num quarto desocupado, que fora de seu avô. Sobe até o quarto, olha o quadro e grita de terror. Apesar de suas boas ações, o quadro não se alterara para melhor como supunha, continuava a gotejar sangue ainda mais vivo e estava mais horrendo. Então Dorian percebe claramente a verdade: por vaidade, ele poupara a camponesa e a hipocrisia pusera-lhe no rosto a máscara da bondade. A única prova de seu mau caráter, de sua consciência, era o quadro. Então, resolveu destruí-lo. E, com a mesma faca com que matou Basil, trespassou o retrato. Ouviu-se um grito. Os criados acudiram. E, quando conseguiram adentrar ao quarto, viram na parede o magnífico retrato, e, no chão, jazia o corpo de Dorian, com a faca cravada no peito, que só pôde ser reconhecido pelos anéis em seus dedos.

Nesta semana, seguirá série de textos sobre a obra e suas traduções.
Acompanhe!

sábado, 5 de junho de 2010

Email da Coordenadora sobre o próximo "Porque hoje é sábado"

Queridos amigos:

Dêem uma olhada no nosso blog para irem se preparando para o encontro sobre "O retrato de Dorian Gray", um dos livros mais importantes da literatura ocidental. Leiam as sugestões postadas pela Editorial Luminara e o curriculum do nosso palestrante, Dr. Ricardo Barberena. Com certeza, todos irão gostar.E vamos encarando a leitura que, aliás, já está à venda nas bancas de resvistas e vale a pena adquirir.

O retrato de Dorian Gray

“Estava o estúdio impregnado do forte cheiro das rosas. Quando, por entre as árvores do jardim, passava a leve viração, entrava pela porta aberta o odor dos lilases, de mistura com o perfume mais sutil das madressilvas.De um canto do divã entre almofadas persas, onde habitualmente se estirava, fumando inúmeros cigarros, lorde Henry Wotton percebia perfeitamente o brilho das doces flores cor de mel, cobrindo um ébano de galhos trementes, como cansados de suportar o peso de tão fascinante esplendor.”

O Retrato de Dorian Gray- Oscar Wilde


SINOPSE

O romance, de forte cariz estético, conta a história fictícia de um homem jovem chamado Dorian Gray na Inglaterra aristocrática e hedonista do século XIX, que torna-se modelo para uma pintura do artista Basil Hallward. Dorian tornou-se não apenas modelo de Basil pela sua beleza física (um "Adônis que se diria feito de marfim e pétalas de rosa"), mas também tornou-se uma fonte de inspiração para outras obras e, implicitamente no texto, uma paixão platônica por parte do pintor. Mas o seu retrato, que Basil não quer expôr por ter colocado "muito de mim mesmo", foi sua grande obra-prima.
Lord Henry Wotton, um aristocrata
cínico e hedonista típico da época e grande amigo de Basil, conhece Dorian e o seduz para sua visão de mundo, onde o único propósito que vale a pena ser perseguido é o da beleza e do prazer: "sou de parecer que se o homem vivesse plena e totalmente a sua vida, desse forma a todo sentimento, expressão a toda idéia, realidade a todo devaneio... creio que o mundo receberia um novo impulso eufórico,um impulso de alegria que nos faria esquecer todos os males do medievalismo e voltar aos ideais helênicos..."
No entanto, segundo Henry, a beleza é efêmera. Até mesmo a
inteligência lhe é prejudicial: "a beleza, a verdadeira beleza, acaba onde principia a expressão inteligente", enquanto que "a beleza é uma forma de gênio... mais elevada que o gênio, pois dispensa explicação". Dorian foi seduzido pelas palavras de Henry e pela tristeza de seu destino: "o senhor dispõe só de alguns anos para viver deveras, perfeitamente, plenamente. Quando a mocidade passar, a sua beleza ir-se-á com ela; então o senhor descobrirá que já não o aguardam triunfos, ou que só lhe restam as vitórias medíocres que a recordação do passado tornará mais amargas que destroçadas.".
Ao ver-se em seu retrato finalmente pronto, exaspera-se:
"Eu irei ficando velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!" .

IMPORTÂNCIA


Esta obra tornou-se um símbolo da juventude intelectual "decadente" da época e de suas críticas à cultura
vitoriana, além de ter despertado grande polêmica em relação ao seu conteúdo homoerótico (o autor, Oscar Wilde, era homossexual e foi preso por isso). O próprio Oscar Wilde foi apontado como o pai do decadentismo na Inglaterra, coisa que ele sempre negou. Aquando do julgamento de Wilde algumas partes deste livro foram usadas contra si. O facto de ser imoral não abonou nada a favor de Wilde, além disso provou-se ter sido influenciado pela literatura francesa de então que promovia um estilo estético a converter para a decadência.
Hoje, o livro tem sido descrito como "um dos clássicos modernos da
Literatura Ocidental"[3]. A BBC classificou a obra como 118 na sua lista de "Big Read", uma lista com os 200 romances mais populares. Afinal, o livro é mais importante que a polêmica que gerou, como Oscar Wilde escreveu em seu prefácio: "Não existe livro moral ou amoral. Os livros são bem ou mal escritos. Eis tudo." Algumas bandas dos anos 80 como Smiths se influenciaram em Oscar Wilde.

Referências

1.The Picture of Dorian Gray (Penguin Classics) - Introdução

2. Notes on The Picture of Dorian Gray - Visão geral do texto, fontes, influências, temas e um resumo do livro

3. Books of the poet: Oscar Wilde

FONTE: WIKIPEDIA









sexta-feira, 4 de junho de 2010

Próximo encontro de "Porque hoje é sábado"

O próximo encontro do grupo de leitura coordenado pela Profa. Dra. Léa Masina será sobre o livro "O retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde, com a palestra de Prof. Dr. Ricardo Barberena. Acompanhe o blog durante o mês de junho para conhecer o palestrante, o autor, a obra, e suas traduções no Brasil.
O encontro ocorrerá no sábado 26 de junho, das 10hs às 12hs.
Em breve, neste blog http://www.leiturascomlea.blogspot.com , novos textos sobre O Retrato de Dorian Gray. Participe!
As inscrições são feitas pelo email da coordenadora, Profa. Dra. Léa Masina