"Tudo nos escapa, e todos, e nós mesmo. A vida do meu pai é-me mais desconhecida que a de Adriano. Minha própria existência, se eu quisesse escrevê-la, seria reconstituída por mim pelo exterior, penosamente, como a de outra pessoa; teria de recorrer às cartas, a lembranças de outrem, para fixar essas memórias flutuantes. Não passam nunca de paredes desmoronadas, cortinas de sombra, conseguir que as lacunas de nossos textos no que se refere a vida de Adriano, coincidam com o que teriam sido os seus próprios esquecimentos.
O que não significa como se diz exageradamente, que a verdade histórica seja sempre e em tudo inacessível. Acontece com essa verdade, o mesmo que com todas as outras: enganano-nos mais ou menos.
As regras do jogo: tudo aprender, tudo ler, informar-se de tudo e, simultaneamente, adaptar ao objetivo a ser atingido."
O que não significa como se diz exageradamente, que a verdade histórica seja sempre e em tudo inacessível. Acontece com essa verdade, o mesmo que com todas as outras: enganano-nos mais ou menos.
As regras do jogo: tudo aprender, tudo ler, informar-se de tudo e, simultaneamente, adaptar ao objetivo a ser atingido."
Memórias de Adriano, Marguerite Yourcenar
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