O pai Goriot é considerado pelos críticos, juntamente com As ilusões perdidas e Esplendor e miséria das cortesãs a espinha dorsal da extensa obra de Balzac. É em O pai Goriot que o leitor é apresentado a dois das personagens mais celébres do escritor, Eugène Rastignac e Vautrin.
A história centra-se, mormente, apesar do título, na figura de Rastignac. O jovem apoiado pela família de camponeses muda-se para a capital francesa no intuito de estudar Direito. Assim, hospeda-se na pensão da Senhora Vauquer. No local, o jovem trava contato com um estudante de medicina, com Vautrin — um quarentão que vai tentar fazer com que ele veja o mundo doutra maneira — e Goriot. Esse último é um dedicado pai que faz sacríficios inimagináveis por suas filhas. Eugène, no início de sua estada em Paris, leva a sério os estudos, porém essa sede pelo conhecimento jurídico é deixada de lado assim que ele passa almejar uma alta posição na sociedade pariesiense que se dá por meio de dinheiro e indicações. O leitor, ao ler O pai Goriot, notará que Balzac soube captar com maestria a consolidação da burguesia no início dos oitocentos. E, aqueles que gostam de História verão que a burguesia francesa, após a revolução que eclodiu no fim dos setecentos, procurava agir com códigos semelhantes ao da aristocracia; a diferença crucial, porém, é que na sociedade pós-revolucionária o sangue azul não tinha o mesmo valor que o vil metal.
Desviei-me do caminho, retorno, então, ao enredo. Pois bem, Rastignac para galgar posições na sociedade de Paris pede ajuda à prima, uma mulher rica que lhe apresentará, tal como faz Vautrin, os atalhos para colocar-se como um homem célebre no meio burguês. É através dessa parente que o rapaz toma conhecimento de que pai Goriot é pai de duas mulheres ricas da capital francesa. Não entrarei em mais detalhes, pois senão acabarei contando boa parte dos factos que permeiam a história.
Posso dizer que O pai Goriot possuí uma força incrível, a pluralidade de vozes que atravessa o romance demonstra a força de Balzac. O narrador e Vautrin proferem frases que vão desde à filosófia ao discurso científico que estava a brotar no início do século XIX.
Há de se ressaltar também Paris; a cidade, além de ser o palco para as ações do romance, é com certeza a personagem central de várias obras que compõe A comédia humana, em O pai Goriot, isso não poderia ser diferente. A pólis é descrita tanto em sua miséria (a pensão da Senhora Vauquen), bem como no luxo. Porém, esse detalhamento da pobreza não é tão agressivo como nas obras de Zola. Entretanto, já vemos, a partir, dessas descrições como seria a prosa francesa no restante do século XIX.
Ao ler Balzac, sinto-me como se estivesse acompanhando um seriado com várias temporadas, um seriado enorme, uma vez que A comédia humana conta com cerca de 1.300 personagens. Ao longo da leitura, algumas delas aparecem ora como protagonistas, ora como coadjuvantes. É leitura imperdível!
A história centra-se, mormente, apesar do título, na figura de Rastignac. O jovem apoiado pela família de camponeses muda-se para a capital francesa no intuito de estudar Direito. Assim, hospeda-se na pensão da Senhora Vauquer. No local, o jovem trava contato com um estudante de medicina, com Vautrin — um quarentão que vai tentar fazer com que ele veja o mundo doutra maneira — e Goriot. Esse último é um dedicado pai que faz sacríficios inimagináveis por suas filhas. Eugène, no início de sua estada em Paris, leva a sério os estudos, porém essa sede pelo conhecimento jurídico é deixada de lado assim que ele passa almejar uma alta posição na sociedade pariesiense que se dá por meio de dinheiro e indicações. O leitor, ao ler O pai Goriot, notará que Balzac soube captar com maestria a consolidação da burguesia no início dos oitocentos. E, aqueles que gostam de História verão que a burguesia francesa, após a revolução que eclodiu no fim dos setecentos, procurava agir com códigos semelhantes ao da aristocracia; a diferença crucial, porém, é que na sociedade pós-revolucionária o sangue azul não tinha o mesmo valor que o vil metal.
Desviei-me do caminho, retorno, então, ao enredo. Pois bem, Rastignac para galgar posições na sociedade de Paris pede ajuda à prima, uma mulher rica que lhe apresentará, tal como faz Vautrin, os atalhos para colocar-se como um homem célebre no meio burguês. É através dessa parente que o rapaz toma conhecimento de que pai Goriot é pai de duas mulheres ricas da capital francesa. Não entrarei em mais detalhes, pois senão acabarei contando boa parte dos factos que permeiam a história.
Posso dizer que O pai Goriot possuí uma força incrível, a pluralidade de vozes que atravessa o romance demonstra a força de Balzac. O narrador e Vautrin proferem frases que vão desde à filosófia ao discurso científico que estava a brotar no início do século XIX.
Há de se ressaltar também Paris; a cidade, além de ser o palco para as ações do romance, é com certeza a personagem central de várias obras que compõe A comédia humana, em O pai Goriot, isso não poderia ser diferente. A pólis é descrita tanto em sua miséria (a pensão da Senhora Vauquen), bem como no luxo. Porém, esse detalhamento da pobreza não é tão agressivo como nas obras de Zola. Entretanto, já vemos, a partir, dessas descrições como seria a prosa francesa no restante do século XIX.
Ao ler Balzac, sinto-me como se estivesse acompanhando um seriado com várias temporadas, um seriado enorme, uma vez que A comédia humana conta com cerca de 1.300 personagens. Ao longo da leitura, algumas delas aparecem ora como protagonistas, ora como coadjuvantes. É leitura imperdível!
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